A ideia é lançar o livro nos 11 territórios envolvidos na pesquisa de campo
Por Gabriela Lobato
Nos dias 05, 06 e 07 de fevereiro, o Observatório da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas – Teia de Saberes e Práticas (Obteia), integrado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NESP/CEAM/UnB), realizou na cidade de Tauá-CE as primeiras devolutivas da pesquisa em Saúde do Campo, da Floresta e das Águas.
Baseada em vivências, experiências e reflexões sobre o tema da saúde da população rural desenvolvidas por 69 autores, a pesquisa resultou no primeiro livro publicado pelo Observatório. O coordenador do Obteia e organizador da obra, Fernando Carneiro, explica que ideia é lançar o livro nos 11 territórios envolvidos na pesquisa de campo, demonstrando o compromisso de compartilhar e traduzir os resultados para as comunidades participantes.
Em Tauá, a primeira devolutiva consistiu em visitas às comunidades Barra do Vento e Assentamento 1º de Setembro e ao Quintal Produtivo da Comunidade Pitombeira. Segundo a equipe do Observatório, novas dinâmicas foram realizadas nos encontros. Entre cantos, danças e rodas de conversas, a comunidade teve a oportunidade de refletir sobre seus sonhos e questões que atualmente ameaçam e promovem a vida, realizando, assim, encaminhamentos para os principais problemas, como a falta de saneamento e o controle de insetos nas lavouras.
Além das visitas às comunidades, a equipe esteve presente no Instituto Federal Ceará – Campus Tauá (IFCE), onde teve a oportunidade de lançar oficialmente a pesquisa junto a representantes de toda a zona rural do município. De acordo com o coordenador do Obteia, ao final das visitas foi realizada uma nova forma de autografar os livros. Na oportunidade, a própria comunidade participante foi quem autografou a publicação. Para o coordenador, a pesquisa não foi sobre ou para a comunidade, mas com ela. “Quem ‘faz com’ não precisa ‘devolver’”, afirma sobre o velho estigma quanto à falta de devolutivas em grande parte das pesquisas científicas.