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O encontro aconteceu na última terça-feira, 06, durante a Semana de Acolhimento da FS na Universidade de Brasília

Por Tamires Marinho 

Compreender o papel do profissional de saúde como um agente de mudança que pode transformar a realidade da população a qual presta seus serviços, sobretudo daquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade, ao exercer com consciência e responsabilidade sua função, seja em âmbito técnico ou social. Esse foi o principal objetivo do encontro promovido pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (FS/UnB) na última terça-feira, 06/03, durante a Semana de Acolhimento da instituição.

O encontro foi aberto a toda comunidade e contou com a participação de estudantes, calouros e veteranos, de todos os cursos da FS e de docentes da instituição.

Na ocasião, representantes do Observatório da Política Nacional de Saúde Integral da População em Situação de Rua, vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da UnB (NESP/CEAM/UnB), e do Departamento de Apoio à Gestão Participativa e Controle Social do Ministério da Saúde (DAGEP/MS) apresentaram as ações que vêm sendo desenvolvidas em parceria pelas duas instituições no intuito de garantir que as populações negra, LGBT, do campo, da floresta e das águas e em situação de rua tenham seus direitos fundamentais garantidos, sobretudo o que prevê a prática da equidade nos atendimentos oferecidos no Sistema Único de Saúde (SUS) e têm relação direta com os conceitos de igualdade e de justiça social.

Entre essas ações, está a capacitação de profissionais da área da saúde para habilitá-los a atender as populações vulneráveis que, frequentemente, chegam aos serviços de saúde e não recebem um atendimento satisfatório pois, não têm seus direitos garantidos, muitas vezes em função da incompreensão de suas especificidades.

De acordo com Dandara Baçã, representante do DAGEP, cabe a gestão fomentar ações políticas que possibilitem que todas essas populações tenham acesso aos serviços de saúde de forma igualitária, considerando as necessidades específicas de cada indivíduo. “A elaboração de políticas públicas que promovam a equidade em saúde é um dever do Estado, mas, para ser de fato implementado, precisa da participação de quem está na ponta, lidando diretamente com as pessoas que procuram os serviços de saúde”.

Dandara afirma que existem muitas violações de direitos praticadas por profissionais da saúde que atingem não só a saúde física dos usuários, mas também a saúde mental.

“A violência está estruturada na nossa cultura e é claro que a sociedade reflete essa conduta em sua prática cotidiana e quem está mais suscetível a sofrer as consequências desse processo são as populações vulneráveis, alvos de ações racistas, machistas, homofóbicas, xenofóbicas e de tantos outros tipos de preconceito, o que pode causar danos emocionais gravíssimos”.

Equidade

O conceito de equidade parte da ideia de respeito às necessidades, diversidade e especificidades de cada cidadão ou grupo social e do reconhecimento que as diferentes condições de vida, habitação, trabalho, renda e de acesso à educação, lazer, cultura e serviços públicos impactam diretamente na saúde. 
Ele também considera os impactos na saúde das diferentes formas de preconceito e discriminação social, como o racismo, a misoginia, a LGBTfobia e a exclusão social de populações que vivem em situação de rua ou em condições de isolamento territorial, como as do campo, da floresta, das águas, dos quilombos e em nomadismo, como no caso dos ciganos. 

Nesse sentido, em abril de 2017, o NESP, em parceria com o DAGEP, oficializou a criação da Rede de Observatórios das Políticas de Promoção da Equidade em Saúde para o SUS que desenvolve ações em âmbito nacional para aprimorar e fortalecer políticas públicas, promovendo a interação entre movimentos sociais, gestão e universidade. Cada Observatório que compõe a Rede tem por finalidade gerar informações e conhecimento sobre as principais características que constituem a realidade da Política Nacional de Saúde de cada população no âmbito do SUS, gerando, assim, uma pesquisa qualificada, com banco de dados e produtos.

Atualmente, a Rede conta com cinco observatórios, entre eles, o Observatório da Política Nacional de Saúde Integral da População em Situação de Rua que na ocasião apresentou um documentário da série que está sendo produzida pelo grupo com intuito de dar voz à rua e expor a realidade dessa população.

Confira abaixo o vídeo apresentado pelo Observatório durante o encontro.

Documentários Situações de Rua

 

 
observarh2
 
 
Observatório da Saúde Indígena
 
Saúde LGBT
 
oiapss2
 
Educação, Equidade e Saúde
 
Estudos Comparados
 
Rede de Observatórios em Saúde e Equidade
 

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