Agroecologia e soberania alimentar estiveram em pauta durante o encontro. A atividade faz parte do Projeto Agrochuí desenvolvida em parceria com o Instituto Federal do Ceará
Construído a partir de uma demanda da Comunidade Indígena Pitaguary, o Projeto “AGROCHUÍ - Ações de Capacitação para Agricultores Familiares no Território de Maracanaú com vistas à Saúde das Comunidades do Campo, da Floresta e das Águas” é uma iniciativa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) que, em parceria com o Observatório da Política de Saúde Integral das populações do Campo, da Floresta e das Aguas (OBTEIA), promoveu no último sábado, 7/04, uma atividade sobre agroecologia e soberania alimentar no intuito de fortalecer as ações de capacitação para agricultores familiares camponeses no território de Maracanaú, no Ceará.
Além de colaborar com o processo de implantação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSICFA), o projeto também prevê a criação de um Sistema Agroecológico dentro da comunidade estimulando assim ações que promovam a saúde e o bem-estar da população.
A atividade também contou com o apoio do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará, a Fiocruz Ceará e diversos campi do IFCE, como o Campus Baturité, Campus Maracanaú, Campus Quixadá e o Campus Fortaleza.
Na ocasião, 70 indígenas e agricultores familiares participaram da capacitação, aberta também à profissionais da área de educação e saúde.
De acordo com a professora Anna Érica, coordenadora do curso, iniciativas como essa devem ser cada vez mais estimuladas pois elas apresentam-se como uma estratégia muito eficiente para identificar e combater as iniquidades em saúde considerando as peculiaridades de cada indivíduo, bem como sua realidade cultural, social, política e econômica.
“É nesse contexto que se faz importante a percepção da saúde a partir da ótica da determinação social, buscando as peculiaridades para a composição das estratégias e combate às iniquidades, tendo em vista a saúde das populações do campo, da floresta e das águas por meio de ações e iniciativas que reconheçam as especificidades de gênero, geração, raça e etnia, visando o acesso aos serviços de saúde, à redução de riscos e agravos decorrentes dos processos de trabalho e das tecnologias agrícolas e à melhoria dos indicadores de saúde e da qualidade de vida”.
A professora revela que há um interesse das instituições em realizar outras edições do curso e a próxima edição está prevista para 2019.