Ato em protesto pela abertura de CPI para investigar crise na saúde será realizado na terça-feira (4)
O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiros) realizou, nesta segunda-feira (27), uma reunião ampliada em defesa da saúde pública do DF. O encontro ocorreu em meio a um cenário de crise, agravado pela dengue, com uma série de falhas de atendimento, entre elas as que resultaram na morte de quatro crianças em um mês. Na ocasião, também foi deliberado um ato em defesa da saúde para terça-feira, 4 de junho, em frente ao Palácio do Buriti.
Até o momento, o DF já contabiliza 365 mortes por dengue, de acordo com último boletim emitido pela Secretaria de Saúde (SES-DF). Além disso, nos três primeiros meses deste ano, 92 bebês de até 1 ano morreram em unidades médicas da capital federal, onde todas estavam internadas, segundo dados do InfoSaúde, painel da pasta. Até às 16h desta terça-feira (28) de acordo com o painel InfoSaúde do DF, 96 pessoas aguardam leitos de UTI, sendo dois bebês, 13 pacientes pediátricos com idades até 14 anos e 81 pacientes adultos.
Para o presidente do SindEnfermeiros, Jorge Henrique Filho, a tese de que não existe crise não é verdadeira. "O DF tem o ano com a maior série histórica de bebês mortos desde 2016”, destacou.
Segundo as lideranças sindicais, sociais e estudantis e profissionais da saúde, a crise demonstra que a terceirização não é a solução, já que piora ainda mais o sistema de saúde pública. Atualmente, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) é responsável pela administração de três hospitais públicos e de 13 unidades de pronto atendimento (UPAs) no DF, inclusive a do Recanto das Emas, em que duas crianças perderam a vida recentemente.
“Para o Sindicato dos Enfermeiros, a saúde vem sendo negligenciada pelo governo Ibaneis, que vem cada vez mais subfinanciado a saúde do DF”, disse o presidente da entidade. “O que estamos vendo hoje com essa negligência, falta de profissionais, um déficit de mais de 20 mil profissionais – 4 mil médicos, 6 mil técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde – porque o governo não investe e, ainda, se gaba em gastar 34% da receita corrente líquida com servidores, ou seja, muito abaixo do limite de 49,5%", criticou.
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